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sábado, 12 de abril de 2025

A "Fábrica de Schindler"

Essa é a famosa fábrica de Schindler, no bairro de Podgórze, Cracóvia, Polônia. Ficou conhecida no mundo inteiro especialmente com a obra prima "A Lista de Schindler" de Steven Spielberg, mostrando como Oskar Schindler salvou mais de 1000 pessoas do Holocausto, na Segunda Guerra mundial.
A fábrica originalmente produzia esmaltes, passando a fabricar munições durante a guerra; atualmente o prédio inteiro é um museu impressionante. Também nesse bairro que foi criado o Gueto de Cracóvia. Dos quase 70 mil judeus da cidade na época, 55 mil foram expulsos e apenas 15 mil puderam permanecer, vivendo amontoados no gueto, numa área onde antes viviam 3 mil pessoas.
Detalhe que Podgórze não era o bairro judaico, mas sim Kazimierz. Assim, as casas de Kazimierz foram ocupadas pelas famílias desalojadas de Podgórze.
Estive na Polônia em 2017 e Cracóvia foi um dos lugares que mais me impressionaram até hoje, especialmente por aqueles dois bairros, que parecem ter parado no tempo, carregando para sempre sua história sinistra e tenebrosa.


 

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Milano de emoções extremas

 


    Recentemente vi algumas postagens do amigo Carlos Cartaxo no sobre Milano e que me fizeram lembrar da minha única e conturbada passagem por lá.  

    Era novembro de 2022 e eu retornava à Italia depois de exatamente 10 anos, em minha primeira viagem à Europa após a pandemia de Covid-19.   

    Após muitas aventuras e experiências das mais variadas possíveis, passando por várias cidades, algumas das quais eu já conhecia e outras não, me rendi à ideia de ir a Milano pela primeira vez, pois nunca havia sentido atraído por aquela cidade, não sei por quê. Era então o último destino da minha viagem, no qual eu passaria três noites. Fui quase à força. Despedi-me dos meus amigos Marisa e Angelo na estação de Desenzano del Garda mentre suonava la batteria silenziosa. Assim que chequei fiquei encantado com a grandiosidade e beleza da stazione Centrale di Milano, mas sem perder tempo peguei a metropolitana rumo à Piazza Missori, onde ficaria hospedado no Hotel dei Cavalieri, há uns 400 metros do Duomo di Milano. Desde o momento em que cheguei notei ser uma cidade de alma fria, que parecia contrastar com a minha. Na verdade, eu já tinha esse pensamento muito antes. Para piorar eu não estava muito bem emocionalmente. Só pensava em três coisas: Duomo di Milano, galleria Vittorio Emanuele e L'Ultima Cena (A Última Ceia), de Leonardo da Vinci. Mesmo assim, sem animo algum, não queria estar ali em vão e, como já era noite resolvi sair para dar uma volta pela famosa Piazza del Duomo e procurar um lugar legal para jantar (a pior parte quando viajo sozinho). Enquanto me aproximava da catedral ouvi tocar Beatles em algum lugar; logo percebi que era uma banda que se apresentava bem ao lado da imponente igreja.  Imediatamente lembrei do meu amigo Ailson, grande fã dos Beatles, e lhe mandei um vídeo pelo Facebook

    No dia seguinte voltei à galleria Vittorio Emanuele, que fica na mesma piazza, onde almocei em um bom restaurante e logo após fui conhecer o famoso Duomo di Milano por dentro; uma verdadeira obra prima, com uma vista espetacular da cobertura da igreja. Apesar de tudo eu continuava sem me sentir bem, mas faltava ainda ver a tão falada pintura de Da Vinci. 

    O terceiro dia foi reservado exclusivamente para isso, pois é preciso agendar, comprar bilhete com antecedencia e passar por várias etapas de segurança. Chovia um pouco e embora ansioso para entrar na Basilica di Santa Maria delle Grazie, não tinha expectativas fora do normal quanto à tal obra de arte, apesar da sua extrema importância. Já no interior do antigo prédio várias fotos antigas mostrando o antes e o depois, enquanto a guia explicava toda a história e dos problemáticos trabalhos de restauração pelos quais passou l'Ultima Cena passou, bem como do processo de proteção durante o período da Segunda Guerra Mundial, quando o prédio foi fortemente bombardeado. Ao ver tais fotos percebemos que foi um milagre as pinturas não terem sido destruídas. Naquele momento entendi o porquê de aquela ser a obra de arte mais protegida do mundo e eu já estava impressionado.  

Tudo mudou completamente quando passei pela última etapa de controle e entrei no Cenacolo Vinciano, um grande salão retangular sem nada no interior, apenas duas pinturas em cada uma das extremidades, onde uma é l'Ultima Cena, de Leonardo da Vinci e a outra, do lado oposto, La Crocifissione (A Crucificação), de Giovanni Donato Montorfano

    A primeira reação ao ver l'Ultima Cena foi de surpresa e total encanto, com uma emoção que jamais havia sentido ao ver uma obra de arte em um museu. Uma enorme pintura de 4,60 metros de altura e 8,80 metros de largura feita diretamente na parede. Foi como um golpe inesperado que subitamente me fez chorar, numa mistura de felicidade e tristeza, que talvez resuma ou expresse o paradoxo que vivi naquelas semanas na Italia 

    Milano não é nem de longe a minha cidade italiana favorita, mas agora posso dizer que a minha obra de arte favorita está em Milano. 

 

sábado, 23 de novembro de 2024

Uma foto à francesa


Era outubro de 2024 em algum lugar da França, mais precisamente na pequena cidade de Saint-Junien quando resolvi pedir a uma certa pessoa para tirar uma foto minha. O lugar era interessante, o dia estava bonito e acho que não havia pedido a ninguém até então para tirar foto minha na viagem.
A foto acima é o resultado. Até agora estou tentando entender o conceito ou ideia do enquadramento e da foto como um todo. E deve haver realmente um conceito, pois na verdade foram duas fotos. Na primeira eu vi que saiu errado e pedi para fazer novamente. Depois da segunda eu nem conferi, pois não acreditava que fosse possível sair "pior" do que a primeira. Mas, para minha surpresa, quando vi, as duas fotos eram exatamente iguais. 
Ou a pessoa que fotografou tem uma técnica muito peculiar e à frente do meu tempo ou ela não achou a paisagem tão interessante assim, nem o dia tão belo e deve ter me achado muito feio também. 
É algo tão incrivelmente indescritível, especial e único que acho que vou emoldurar essa foto, pois, querendo ou não, me fará lembrar do lugar e do momento, mesmo que visivelmente não seja possível ter noção alguma de lugar, momento ou qualquer outra coisa que eu tinha imaginado.

domingo, 1 de setembro de 2024

Uma beleza escondida no centro do Rio de Janeiro

         O ano era 2011 e eu visitava o Rio de Janeiro pela segunda vez; mais precisamente
para ir a um festival de música (há um post sobre isso).

Eu estava na cidade por quatro dias para ir ao festival de música Rock in Rio (há uma postagem apenas sobre isso). Durante o meu único dia livre de evento, já o dia de retornar a João Pessoa, decidi ir conhecer e explorar o centro da cidade a pé, de forma espontânea, o que não havia feito na primeira vez, três anos antes. Depois de andar bastante me deparei com um charmoso prédio de porta e janelas imponentes que se destacava das demais construções ao redor. Uma bela placa de metal com letras douradas dizia que era uma biblioteca pública e imediatamente fui verificar se estava aberta, o que para minha felicidade estava. Quando entrei quase não acreditei no que havia encontrado totalmente por acaso: o Real Gabinete Português de Leitura; um prédio do século XIX que abriga uma das bibliotecas mais bonitas do mundo. 

        Após aquele ano retornei ao Rio várias vezes mas não consegui mais voltar ao local. Espero em breve ir com mais calma, explorar melhor e fazer mais fotos. 








domingo, 13 de setembro de 2020

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Pedra de Ingá



A pedra do Ingá é um monumento arqueológico com cerca de 50 metros de comprimento e 3 de altura com várias inscrições e desenhos que representam animais, frutas, constelações e figuras curiosas, muitas com significados não desvendados. Ainda não se sabe com precisão sobre a origem dos desenhos. Há os que defendem que foram feitos por indígenas habitantes da região há milhares anos e os que acreditam terem sido feitos por extraterrestres. 
A formação rochosa está localizada no município de Ingá, Paraíba, a mais ou menos 100km da capital de João Pessoa e 40km de Campina Grande.

domingo, 5 de julho de 2020

Ruínas da Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso



Ruínas da igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, construída no final do século XVIII pelos padres da Ordem dos Carmelitas no município de Lucena, litoral da Paraíba. Entrelaçada e sustentada por uma imponente gameleira, a igreja resiste ao tempo e ao abandono escondida na Mata Atlântica, onde o acesso se dá por meio de trilhas. Mesmo nessas condições, a igreja, ou o que restou dela, ainda recebe muitos visitantes turistas e fiéis, principalmente moradores locais, devotos de Nossa Senhora do Bonsucesso. O local é patrimônio cultural do Estado.

Diz uma lenda que aquela árvore se originou dos restos mortais de um padre que foi executado no local.